A CNN online (17 janeiro 2012) anuncia "Passengers panic over false crash alarm" num voo entre Miami e Londres. Eu já vivi uma situação dessas ...
Estava um tempo optimo, o voo estava calmíssimo, era um Londres - Porto num sábado à tarde. Lembro-me que era um voo da British Airways. Estava para aí meia cabine cheia, meia cabine vazia.
A meio da viagem, já depois de uma refeição, a serenidade da sesta foi interrompida por um aviso sonoro: "Ladies and gentlemen, this is your captain speaking ... " e uma voz clara e sonora falava de uma emergencia e que, por favor, sigam as instruções para uma aterragem de emergencia, e façam isto e aquilo (recordo vagamente coisas como dobrar a cabeça entre as mãos, tirar os sapatos, ...) ...
De repente a voz calou-se. Estavamos todos metidos num problema a sério. Mas a serenidade do voo continuava como até aí: nenhm ruido especial, nenhum solavanco, nada de anormal.
Nem sequer sinais significativos de pânico. Mas entre os passageiros trocaram-se olhares de angustia e inquietação: "mas o que é que se passa?". Que sentido dar a esta situação? Recordo que pensei: "não posso acreditar que isto me está a contecer! Logo hoje e a mim!".
A voz da hospedeira era de atrapalhação quando. finalmente, ao fim de uma eternidade (ou poucos segundos?) pegou no irritante telefone lá à frente e pediu desculpas aos passageiros - uma lamentável troca de cassetes, quando na realidade queria simplesmente anunciar que ia começar o serviço de "duty free shopping".
Ouviu-se um enorme, sonoro, silencioso e invisivel sopro de alívio em toda a cabine.
Não sei se as vendas do duty free foram melhores ou piores do que o costume - mas suponho que tenham sido melhores do que o habitual. Muitos ter-se-ão lembrado da mulher/ marido, dos filhos/filhas, e dos/das outros/outras a encontrar depois de aterrar e que mereceriam uma lembrança antes do fim do mundo acontecer ...
Não me recordo de nenhuma noticia nos jornais e nos "media". Também não estava ninguém a fazer entrevistas quando aterramos sem novidades no Porto. Na internet? Nem pensar ... foi em meados dos anos 80 do século XX.
Muitas milhas e muitos anos depois, sem que nada de semelhante me tenha tornado a acontecer, tenho agora que concluir que, apesar de tudo, ainda há coisas que não mudam fácilmente: o erro humano, por exemplo.
A meio da viagem, já depois de uma refeição, a serenidade da sesta foi interrompida por um aviso sonoro: "Ladies and gentlemen, this is your captain speaking ... " e uma voz clara e sonora falava de uma emergencia e que, por favor, sigam as instruções para uma aterragem de emergencia, e façam isto e aquilo (recordo vagamente coisas como dobrar a cabeça entre as mãos, tirar os sapatos, ...) ...
De repente a voz calou-se. Estavamos todos metidos num problema a sério. Mas a serenidade do voo continuava como até aí: nenhm ruido especial, nenhum solavanco, nada de anormal.
Nem sequer sinais significativos de pânico. Mas entre os passageiros trocaram-se olhares de angustia e inquietação: "mas o que é que se passa?". Que sentido dar a esta situação? Recordo que pensei: "não posso acreditar que isto me está a contecer! Logo hoje e a mim!".
A voz da hospedeira era de atrapalhação quando. finalmente, ao fim de uma eternidade (ou poucos segundos?) pegou no irritante telefone lá à frente e pediu desculpas aos passageiros - uma lamentável troca de cassetes, quando na realidade queria simplesmente anunciar que ia começar o serviço de "duty free shopping".
Ouviu-se um enorme, sonoro, silencioso e invisivel sopro de alívio em toda a cabine.
Não sei se as vendas do duty free foram melhores ou piores do que o costume - mas suponho que tenham sido melhores do que o habitual. Muitos ter-se-ão lembrado da mulher/ marido, dos filhos/filhas, e dos/das outros/outras a encontrar depois de aterrar e que mereceriam uma lembrança antes do fim do mundo acontecer ...
Não me recordo de nenhuma noticia nos jornais e nos "media". Também não estava ninguém a fazer entrevistas quando aterramos sem novidades no Porto. Na internet? Nem pensar ... foi em meados dos anos 80 do século XX.
Muitas milhas e muitos anos depois, sem que nada de semelhante me tenha tornado a acontecer, tenho agora que concluir que, apesar de tudo, ainda há coisas que não mudam fácilmente: o erro humano, por exemplo.
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